Arctic Monkeys, Humbug, 2009

domingo, 30 de agosto de 2009

Já ouvi o novo dos Monkeys, o Humbug. É um albúm à Monkeys, na medida em que primeiro "se estranha e depois se entrenha". Assim aconteceu com todos, e acontecerá com os próximos também. Se não vai ser muito mau sinal.
A primeira faixa, My Propellar, abre um albúm com uma tarola estrondosa, que, fosse a música palavras, era uma grito sentido de "ESTAMOS AQUI, DE VOLTA!". Nota-se nesta faixa aquela influência do produtor Josh Homme que todos andamos esfomeados à procura, mais numa de curiosidade.
A segunda faixa é o já conhecido single de apresentação, Crying Lightning, uma das faixas mais potentes do albúm. A linha de guitarra que o Alex toca, perfeitamente fluida, tá construída lado a lado com a linha vocal e as palavras subtis e duras do Alex. Como o comboio na Vasco da Gama. A faixa vai aumentando o seu ruído e, não saindo muito do mesmo, leva os Monkeys para outras dimensões musicais, enquanto se esmifram todos a exprimentar efeitos. O solo que eles gozam no video, o momento guitar hero do Alex é outra parte a assinalar. Bem como o refrão com o tambor.
A terceira faixa é também ela muito boa. Dangerous Animals tem um riff muito fixe. E o refrão, com as palavras ditas letra a letra, com a intenção de tornar estes animais perigosos. Uuh.
A quarta faixa dá pelo nome de Adelaide da Ascensão. Não, mentira. Secret Door começa como a Riot Van, mas a certo ponto volta atrás e volta a abrir a porta do quarto onde o som do albúm morava até agora. E mais do mesmo, palvras misteriosas, ditas com o mesmo suspense das séries telivisivas do Poirot ou do Sherlock Holmes. Tio da Katie. Holmes.
Seguimos para Potion Approaching, que começa com um som de guitarra muito cru. E mantém este som num riff agradavél, até ao refrão onde voltam cordas cintilantes com distorções baixas e graves e delays e echos e assim e para as bridges complexas e refrões sem fins.
Fire And The Thud continua com o mistério. Desta vez, por este começo silencioso parece que entrámos na sala dos espelhos escura com aquela sensação que estamos a ser observados por palhaços maléficos. Mais para o fim lá se levanta o véu para a visão assustadora com que não nos queríamos deparar mas que já esperávamos, das criaturas más a avançarem para nós. Ouvimos as vozes lá atrás, até voz de mulher.
Abrimos um alçapão que nos leva ao mar alto, numa embarcação onde se vê o pôr so sol, e 4 marinheiros cantam Cornerstone. Outro momento mais iluminado e outro grandioso do albúm. Esta faixa é muito sincera e uma das melhores: I smelt your scent on the seatbelts/ And kept my shortcuts to myself.
Dance Little Liar começa em silêncio, e, no fundo, mantém a maré que nos vinha já de Cornerstone. Prossegue sem grandes sobressaltos, até que a tempestade se avista na bridge, no solo, e nos últimos refrões. Mais um fim de faixa acelerado contrastando com o incio em calmia.
Pretty Visitors começa em teclas e rebenta logo ali com um riff acelerado. Um dos melhroes inicios de faixas deste albúm. O refrão é igualmente possante. Alex cospe aqui as palavras, mas desta vez com desdém e sarcasmo. Who came first, the chicken or the dickhead?. O segundo refrão podia ser tirado d'um video do Marilyn Manson: um batalhão de misfits e handicapd's, jovens zombies gritam Pretty Visitors came and wave their arms and cast the shadow of a snakepit!. Há um solo de uma harmónica demoníaca disfarçada de guitarra, ou vice-versa que arranca para um verso terrivel e o mais acelerado que os Monkeys já viajaram desde 2002.
Assim já nós vamos na última, The Jewellar's Hands, que se percebe logo à entrada, com aquelas teclas, que vai fechar a porta desta casa assombrada deliciosa que vamso deixar para trás.
Este albúm, Humgbug, é como A Casa dos 10.000 Cadavéres caso este fosse um filme bom. É uma confusão apaixonante, é um rolar de criaturas estranhas à nossa frente que nos rendem e apaixonem. Josh Homme morou aqui, e deixou pegadas pela casa e as paredes. Mas toda a mudança não existe. Eles são os Monkeys com o som de Favourite Worst Nightmare evoluído. Os Monkeys, mesmo sem nenhuma Mardy Bum ou Fluorescent Adolescent voltaram a conseguir. Eu acho que eles vão conseguir para sempre, d'uma maneira ou outra, para o bem e para o mal. Não?

1 comentários:

Caí No Rio disse...

Acho que já tinha disto isto,mas curti mesmo bue disto oh Gordo.O album está descrito tal e qual e tens mesmo jeito pra isto!
Abraço aqui do Duarte o/

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